LEITURA 3 – Susan E Hinton

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Alguém devia contar o lado deles da história, talvez assim as pessoas compreendessem melhor aqueles garotos e não julgassem tão rapidamente…

Demorei um pouco a decidir se faria um post a respeito da premiada autora americana Susan E Hinton, ou se faria posts individuais para cada um dos livros que li dela. Farei ambos no fim das contas, pois sua obra é tão sensacional que merece repetidas referências.

Susan Eloise Hinton – minha escritora preferida – nasceu em 1948 em Tulsa, Oklahoma, e escreveu seu primeiro livro, The Outsiders, com 17 anos, sendo este lançado em 1967. Foi um fenômeno na época não só pela idade da autora, mas pela forma realista com a qual Susan retratou os adolescentes no livro: cansada de ver as brigas entre os diferentes grupos sociais de sua escola, a garota decidiu que tinha algumas coisas a dizer a respeito.

E assim foi através de toda sua obra infantojuvenil. Susan trata de forma direta, sem papas na língua, mas ao mesmo de um jeito profundo e sensível, dos dramas, problemas, dificuldades, anseios, sonhos, desesperanças de jovens e adolescentes majoritariamente de vizinhanças excluídas de Oklahoma, trazendo, além de temas como amizade, crescimento, liberdade, pressão social, procura de sentido na vida e de seu lugar no mundo, também pobreza, indiferença e abandono paterno/materno, drogas, violência, brigas de gangues, guerra.

O que acontece com as crianças que crescem em meio a tudo isso? Que pensam os adolescentes que tem essa como sua única realidade? Você acha mesmo que seriam todos iguais, sem idiossincrasias, sem reações, opiniões e planos de vida próprios? Que todos seriam simplesmente marginais, moleques? Que não teriam uma vida inteira dentro deles, só precisando de uma oportunidade para frutificar? Os que fizeram escolhas erradas e que realmente saíram totalmente do caminho não teriam sido levados a isso? Não teriam tido uma vida diferente, caso as oportunidades tivessem sido dadas? Não teriam feito escolhas diversas, caso alguém tivesse chegado em algum momento, no momento certo, e tivesse dito que eles podiam, que eles conseguiam? Não há semelhanças indissociáveis entres os garotos e garotas dos bairros pobres e aqueles dos bairros ricos? Não estariam eles todos passando por problemas, alguns completamente diferentes – mas problemas, ainda assim – mas outros tão, tão semelhantes? Não seria possível dar a mesma importância a ambos os grupos? A juventude, morando onde quer que seja, não merece importância e atenção?

A obra de Susan E Hinton é uma obra contra o preconceito, e é por isso que sou apaixonada por ela.

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